Transição e sua relação com os princípios da governança corporativa

Se a governança corporativa refere-se ao mecanismo pelo qual uma organização é dirigida e controlada, é justamente no contexto de mudança de liderança e alternância do comando que é oportunizado um amadurecimento ainda maior deste sistema. A transição é uma excelente oportunidade de verificar se as normas, estrutura e mecanismos de controle de fato possibilitam guiar a organização para seus propósitos ou se merecem reforma.

É possível afirmar que a análise de uma boa governança é possível através de critérios objetivos, sendo os mais comumente reconhecidos: prestação de contas (accountabiliy), equidade (fairness), responsabilidade e transparência (disclosure).

O princípio da transparência representa a disposição da organização em fornecer, de modo fidedigno, informações claras e precisas a todos seus stakeholders. O princípio garante que as partes interessadas poderão ter confiança nos processos de tomada de decisão e gestão de uma empresa, sendo, aliás, uma medida-chave para garantir a legitimação dos gestores.

Enquanto a transparência garante meios às partes interessadas para serem informadas, a equidade pressupõe a justiça no tratamento entre os stakeholders. Quanto mais equidade for concedida a diferentes grupos que compõem uma organização, mais provável que ela possa conciliar à pressão de diferentes pontos de vista.

A prestação de contas (accountability), muito mais que designar responsabilidades pela tomada de decisões, desenvolve a lógica de fundamentação das decisões. Não basta, portanto, que as organizações sejam boas em explicar o que fizeram (transparência), mas que fundamentem e detalhem o motivo pelo qual o fizeram.

A responsabilidade organizacional incentiva que a organização vise à sustentabilidade e perenidade, não apenas dela, mas de todo o meio que está introduzida.